É inegável o sucesso da série Assassin’s Creed, que narra as aventuras de Desmond Miles, Altaïr Ibn-La’Ahad, Ezio Auditore, entre outros. A série, originalmente criada para jogos, foi adaptada em um conjunto de livros e, em breve, vai ser lançada uma versão para o cinema. O jogo, agora em sua terceira edição, narra a empreitada da Ordem dos Assassinos, num enredo que abrange cenários históricos, mistérios religiosos, batalhas épicas e outros ingredientes responsáveis pelo sucesso da série. O que poucos sabem, é que esta ordem realmente existiu e muitos aspectos ali abordados tem um correspondente na história.
A
Ordem de Assassinos foi uma seita fundada no século XI, por Hassan Ibn
Sabbah, conhecido como “o velho da montanha”. Hassan criou a seita com o
objetivo de difundir uma nova corrente do ismaelismo, que ele mesmo
havia criado. Sua sede era uma fortaleza situada na região de Alamut, no
Irã, capturada em 1090. A seita resultou de uma disputa sucessória no
califado fatímida, uma dinastia xiita que governou o Norte de África e o
Egito nos séculos X e XI. Após a morte do califa al-Mustansir em 1094,
Hassan recusou-se a reconhecer o novo califa, al-Musta’li, decidindo
apoiar o irmão mais velho deste, Nizar.
A
fortaleza de Alamut serviu como centro de operações, a partir da qual
Hassan comandava a realização de ataques nos territórios que são hoje o
Iraque e o Irã. Alguns pesquisadores acreditam que a palavra Assassino
viria de “Assass” – ou seja, “os fundamentos” da fé islâmica. Porém,
desde Marco Polo que se acredita que o termo provém de haxixe ou
haschichiyun, que significa “fumador de haxixe”. Algumas fontes cristãs
medievais relatam que os Assassinos teriam por hábito consumir esta
substância antes de perpetrarem os seus ataques, induzindo-lhes a visão
do paraíso. Contudo, as fontes ismaelitas não fazem referência a
qualquer prática deste tipo, sendo esta lenda resultado de relatos de
viajantes.
Apesar de andarem
uniformizados na fortaleza de Alamut com trajes brancos e um cordão
vermelho em volta da cintura, quando recebiam uma missão, os Assassinos
preferiam se misturar aos mendigos das cidades da Síria, da Mesopotâmia,
do Egito e da Palestina para não despertarem a atenção. Em meio à
multidão urbana, eles levavam uma vida comum para não atrair suspeitas,
até que um emissário lhes trazia a ordem para atacar. Geralmente, eles
aproximavam-se da vítima em número de três. Se por acaso dois punhais ou
lâminas ocultas nas mangas fracassassem, haveria ainda um terceiro a
completar o serviço. A organização tinha como marca o uso de veneno e
adagas. De 1090 a 1256, os Assassinos destronaram quase todos que se
opuseram a eles. Emires, governantes de cidades, comandantes de
fortalezas e até religiosos notórios passaram a vestir armaduras de
metal para evitar serem assassinados.
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